Os anos 90 e 2000 foram o auge da TV brasileira, onde os olhos de quase todos os brasileiros estavam mirados e atentos, consumindo conteúdos de vários tipos: noticiários, novelas, esportes, filmes, humorísticos e muito reality shows. Milhões de espectadores, porém, ainda era um desafio saber quais os seus gostos e anseios individuais, quando a possibilidade de escolha se limitava ao que se tinha programação das emissoras.
As marcas investiram muito (e ainda investem) em propaganda para divulgar seus produtos e serviços, além de manter-se presentes na vida do brasileiro. Os horários nobres eram disputados por poucas marcas, restringido o hall de anunciantes que, na maioria das vezes, eram grandes marcas que quase sempre estavam lá na telinha.
O tempo passou, a internet chegou e trouxe a maior e mais revolucionária oportunidade de qualquer pessoa, com uma câmera ou smartphone e acesso à internet, de criar e divulgar seus próprios conteúdos, atraindo interessados que se tornavam seus seguidores.
Nasce então os criadores e criadoras de conteúdo, ou creators.
Agora, através dos assuntos e tipos de conteúdos gerados por creators, abria-se a possibilidade de mensurar com maior riqueza de detalhes o tipo de público que acompanha o conteúdo, pois agora é o usuário que escolhe e busca o que quiser consumir. É possível saber um pouco mais desse público a partir da afinidade que ele tem com o criador de conteúdo.
Ao perceber isso, os olhos das marcas brilharam de alegria, e começaram então, a divulgar seus produtos, serviços e valores em parceria com criadores de conteúdo. Muita coisa mudou nos últimos 10 anos e cada vez mais há a necessidade de ser um criador de conteúdo melhor. Outro ponto interessante, é que qualquer marca ou empresa pode divulgar seu produto na internet e fazer parcerias com criadores de conteúdo, mesmo o mercadinho da esquina num bairro da cidade do interior.
E surge a questão: 🤔 o que as marcas esperam dos criadores de conteúdo para darem as mãos e fecharem parcerias?
Influência vai muito além de likes e views
Atualmente o Brasil possui cerca de 10 milhões de usuários que criam conteúdo em plataformas digitais, como YouTube, Instagram, TikTok, Twitch e entre outras, segundo a GWI. Porém, apenas 500 mil usuários criam conteúdos com constância e com intenção de que vivam apenas da renda gerada de seu ofício na internet, sendo que destes, cerca de 36% já geram renda com conteúdos nas plataformas.
Um fator que mede a capacidade do criador de conteúdo se conectar com seus seguidores é a que conhecemos como influência. Daí vem o termo influencer ou influenciador e influenciadora que tanto ouvimos falar por aí. É ter a capacidade de influenciar pessoas com aquilo que se acredita, estilo de vida e valores. O reflexo disso é visto na maneira como o público reage aos conteúdos do influencer, com curtidas e visualizações cada vez maiores.
Contudo, as marcas não buscam apenas curtidas e visualizações em parcerias com influenciadores. No final do dia, o que a marca quer de verdade é que esta parceria gere retorno para ela, seja conversão em vendas, mais consumidores, propagar a marca para mais pessoas e etc.
Marcas querem boas taxas de conversão (vendas, geração de valor, novos consumidores e simpatizantes, e etc).
Por isso, uma parceria entre marcas e influenciadores deve ser estratégica, onde ambos saem ganhando e que o benefício de valor e imagem seja mútuo. É importante que compartilhem dos mesmos ideais e objetivos.
Gere valor e resultado: o famoso marketing de performance
Marketing de performance nada mais é do que basear a estratégia de campanhas e parcerias em dados, mensurando o quanto você pode entregar para a marca. Não adianta ter 3 milhões de seguidores se a performance de conversão é baixa. Por isso, as marcas investem cada vez mais em parcerias com nano e micro influenciadores, que possuem entre 5 e 100 mil seguidores, pois estes também possuem uma comunidade que se inspira neles.
É saber como você representa e gera o valor para a marca.
Os criadores de conteúdo Carioca NoMundo ( https://www.youtube.com/@cariocanomundo ) e o Mundo Sem Fim ( https://www.youtube.com/@MundoSemFim ) falam sobre o mesmo assunto: viagens. Ambos viajam pelo mundo, nos mesmos países e cidades, compartilham seus registros nas mesmas plataformas, mas o seus públicos são diferentes. É uma linha tênue, mas que faz total diferença numa estratégia de parceria.
O Carioca NoMundo mostra um lado glamouroso das viagens, nas primeiras classes das companhias aéreas com espumante e o famoso coquetel Rio, batizado por ele, com estadia em hotéis cinco estrelas e tour por lugares exóticos e de alto valor aquisitivo.
Já o casal do Mundo Sem Fim, mostra o lado econômico de viajar pelos cinco continentes, indo na classe econômica dos voos, com estadias em pousadas, pequenos hotéis e hostels, além de um tour com programação acessível.
Ambos geram conteúdos riquíssimos e se conectam com seu público, mas dependendo da marca, produto ou serviço, uma parceria terá muito mais resultado com o criador de conteúdo que se conecta com o público de interesse e potencial consumidor. Uma marca de vinhos caros terá muito mais conversão na parceria com o Carioca NoMundo e, uma agência de viagens com foco em valores promocionais poderá ter melhores resultados divulgando com o Mundo Sem Fim.
O importante é saber a capacidade que você tem de entregar resultado para as marcas dentro do seu universo e estilo de vida, na maneira como você se comunica com seu público. Isso te ajuda a definir seu preço e como você deve criar e divulgar o conteúdo.
Tenha experiência: comece com o mercadinho do bairro
“Beleza pessoal, entendi, mas ainda não tenho portfólio de parcerias com marcas. Como conquistar parcerias?”
Palma, palma, não priemos cânico! (Chapolin Colorado entra em cena 😁).
Se você ainda não tem parcerias, o que você deve fazer é começar a buscar, mesmo que seja com negócios locais. Sim, aquele mercadinho do bairro, o salão de beleza pequeno, ou a sorveteria da avenida principal da cidade. O importante é que você possa amadurecer a sua capacidade de unir o seu conteúdo com a divulgação de uma marca ou produto, sendo criativo e conectando o seu público com a marca.
Prepare o seu mídia kit, para que você esteja preparado para uma oportunidade de parceria com uma marca, com os números e dados atualizados. Você pode começar sozinho, fazendo a própria divulgação e cuidando de toda a negociação, o que te incentiva a ver o ofício de ser um criador e criadora de conteúdo com uma visão empreendedora.
O melhor portfólio é o seu conteúdo postado nas principais plataformas. Seja criativo e busque se destacar do que a maioria dos criadores estão fazendo. Em uma conversa que tivemos com uma gestora de marca de uma das maiores fintechs do Brasil, ela indicou que há uma dificuldade em encontrar influenciadores que produzam conteúdo diferente da mesmice, com criatividade e originalidade. Alguns, pelo medo de perder a parceria fazem o básico, mas isso pode não gerar bons resultados, o que vai influenciar no portfólio.
Na medida em que sua comunidade for crescendo, novas possibilidades poderão ser aproveitadas, chegando ao ponto de você escolher com quem deseja fazer parcerias. No entanto, indicamos que aproveite o máximo de oportunidades possível, desde que elas não sejam fora dos seus valores e objetivos como criador de conteúdo.
Concluindo…
Este universo da economia criativa, que envolve marcas, criadores de conteúdo e as comunidades, está em constante desenvolvimento e veremos mais e mais marcas buscando parcerias. Por isso, é importante que você esteja preparado e que possa atender às necessidades que as marcas precisam, sabendo o seu valor, e por estratégia entrar ou não em uma parceria.
Lembre-se: conheça bem o seu público, , gere resultados, desenvolva experiência e celebre as parcerias!
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