O entretenimento audiovisual mudou bastante nos últimos 20 anos, onde os aparelhos de videocassete e DVD eram umas das poucas possibilidades de dar aquela escapada dos canais abertos e das programações fixas nas TVs a cabo. Cada fita ou disco nos possibilitavam até pouco mais de 2 horas de diversão audiovisual, no qual poderíamos escolher assistir quando quiséssemos.
Lembro-me de quando meu pai chegou em casa com um aparelho de videocassete novinho em folha. Ir às locadoras de filmes era uma atividade comum nos finais de tarde das sexta-feiras. Depois, vieram os DVDs, com um pouco mais de recursos e, mais ainda: os músicos começaram a disponibilizar shows gravados em uma boa qualidade de vídeo e de som. Era um outro patamar…
A família tinha um final de semana com entretenimento garantido!
Alguns anos se passaram, e minha família agora tinha um computador. E com o acesso à internet, as fitas cassete e os discos já não eram mais a única salvação. Apesar de oferecerem flexibilidade, ainda não eram tão flexíveis e rápidos quanto o que a internet poderia oferecer.
- Tá ok, encontrar vídeos não era tão fácil assim, mas dentro da plataforma certa (que um dia iria chegar), poderíamos acessar uma imensa biblioteca de conteúdo que sempre gostaríamos de ter em mãos para:
Assistir novamente aquela reportagem super maneira do Globo Repórter;
Ver novamente a final da Copa do Mundo de 1994, com a narração épica do Galvão Bueno;
Ver e ouvir milhares de vezes a nova música do Psy, a “Gangnam Style” ou qualquer outra (sim, qualquer outra música);
Ou até mesmo, aprender com aulas e palestras inteiras, em vídeos longos e completos.
Tudo isso, quando e onde quisesse, de graça e com qualidade. 😍
Surge então o YouTube!
A plataforma vermelha iniciou suas operações em meados de 2005, criada por três nerds (hoje bilionários) chamados Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karim. Mais tarde foi vendida para o Google por US$ 1 bilhão, e em 2021 faturou mais de US$ 28 bilhões de dólares, crescendo a cada ano, com seus quase 3 bilhões de usuários ativos no mundo.
Com a chegada dos smartphones, era possível assistir vídeos em qualquer lugar, com a tecnologia streaming que permitia um carregamento fluido do conteúdo, travando o mínimo possível.
O tempo de vídeo máximo no YouTube atualmente é “não tem limite”. Isso mesmo, há vídeos de várias horas dentro da plataforma. Sem contar as transmissões ao vivo, como a que presenciamos na Copa do Mundo no Qatar, em que o YouTuber Casimiro fez a transmissão dos jogos ao vivo em seu canal, batendo recordes de espectadores simultâneos, passando de 5,2 milhões de usuários assistindo ao mesmo tempo, no jogo do Brasil contra a Croácia.
Chegam os smartphones e a geração Z entra na adolescência
Com os smartphones em alta e os usuários cada vez mais se relacionando através de ambientes digitais, o ocidente detinha praticamente todas as grandes redes sociais, como o Facebook, Instagram, Linkedin, Snapchat e WhatsApp. Mas, de onde o Sol nasce primeiro, surge o epicentro de um cataclisma que vemos atualmente no mundo das redes sociais: o TikTok.
Criado na China em 2016 pela ByteDance, o TikTok é atualmente a rede social que mais cresce, com mais de 1 bilhão de usuários no mundo, e no Brasil está na casa dos 80 milhões de usuários ativos. No momento, é a ferramenta que mais distribui o conteúdo sem a necessidade de patrocinar ou investir, o que é comum em redes sociais jovens.
Hoje, no dia em que escrevo este artigo, o TikTok é a rede social mais valiosa do mundo, com valor de mercado de US$ 65 bilhões de dólares (R$ 350 bilhões de reais).
Sucesso entre as gerações Millennials e principalmente a Z, o TikTok transformou o mercado e e mudou o formato de conteúdos consumidos em redes sociais: vídeos curtos. Sim, vídeos de apenas alguns segundos ou até 2 minutos. E acredite, há tutoriais ensinando a fazer bolos de cenoura com recheio e cobertura de chocolate, do início ao fim, em menos de 1 minuto de vídeo. E o interessante é que funciona!
Longo ou curto: qual a sua preferência?
Com a chegada dos vídeos curtos, conhecido como “efeito TikTok”, o Instagram teve de se adequar e criar um formato semelhante, o Reels, com vídeos que vão de poucos segundos até 1 minuto. Mas, o TikTok é todo desenvolvido para vídeos e não possui postagem em imagens. É uma linha do tempo sem fim, com conteúdos de vídeos variados e mais voltados ao entretenimento e curiosidades.
A necessidade de se adequar também chegou no YouTube, com o lançamento do formato Short, que, apesar de não ser o forte da plataforma, cresce bastante. Até o momento, os vídeos no YouTube Shorts não possuem anúncios. Mas é só questão de tempo para os vídeos patrocinados aparecerem, pois com a quantidade de usuários consumindo vídeos curtos dentro do YouTube, a fonte de renda diminuiria se apenas vídeos mais longos tiverem anúncios.
O número de usuários no YouTube é maior do que no TikTok, só que há um fator importante na jogada: o tempo que os usuários gastam dentro das plataformas. O tempo no TikTok é 32% maior entre os Millennials e ultrapassa os 60% com a geração Z.
Com as smart-TVs, o YouTube possibilita o consumo de vídeos mais longos, onde famílias já substituem a TV aberta por conteúdos da plataforma. Poder assistir o que quiser no tempo livre ou enquanto estiver almoçando, é uma flexibilidade que o YouTube trouxe e isso deve aumentar, pois nestas ocasiões os usuários consomem vídeos mais longos, como noticiários, esportes, vídeos educativos, curiosidades, reviews e canções para os bebês ficarem bem quietinhos.
Por outro lado, os vídeos curtos são pontos-centrais nas redes sociais e, sabemos que usuários gastam em média 3,5 horas por dia nas principais redes sociais.
Marcas sabem disso e aproveitam para cativar tanto os usuários com preferências para vídeos curtos quanto para vídeos longos. Dependendo de onde anunciam, o tamanho do vídeo varia. Lembremos dos anúncios do iFood com 5 segundos e o da cia aérea Azul, com mais de 3 minutos.
Existem os usuários que curtem vídeos longos e outros que preferem consumir mais vídeos curtos. O importante é saber onde e como engajar este público. As marcas estão sacando este game e investindo em ambas as plataformas, com influenciadores e criadores de conteúdo.
E você, qual formato mais consome: vídeos curtos ou longos?
Youtube ou Tiktok: qual é o melhor para criadores de conteúdo?
Tudo vai depender do seu tipo de conteúdo, do público e onde você, criador(a) de conteúdo, mais conseguir conversão da sua audiência, seja com curtidas, reações, tempo de vídeo assistido ou outro tipo de chamada para ação. Bem direto mesmo. Ou até mesmo, estar em ambas as plataformas. Há criadores de conteúdo que disponibilizam vídeos mais longos no YouTube e mantém conexão com seu público no TikTok com vídeos mais curtos, mantendo também os vídeos curtos no YouTube Shorts.
Quem faz isso com boa estratégia são humoristas de standup: deixam os shows completos no YouTube e recortam as melhores piadas, gerando vídeos curtos para TikTok, Reels do Instagram e Shorts do YouTube. Assim, possibilitam que novos usuários os conheçam por vídeos curtos, com um conteúdo muito mais direto e por ser curto, o usuário decide investir o seu tempo assistindo o vídeo curto até o final. É muito diferente de mostrar um conteúdo de 12 minutos para ele assistir de primeira, sendo que ainda nem sabe quem é o criador daquele conteúdo.
Vídeos curtos também são mais simples de serem compartilhados, não só nas redes sociais comuns, mas também por chat, como no WhatsApp. Por isso, é importante deixar as suas informações de perfil no vídeo, para que os usuários o encontrem em determinada rede social.
Ambos os formatos, vídeos longos e curtos, são possíveis de ser monetizados.
E é aí que a batalha entre as duas gigantes começa: quem paga melhor?
O YouTube possui uma estrutura de monetização bem abrangente, com alguns requisitos mínimos para ter a monetização. O TikTok possui um plano de parceria onde o número de visualizações possui um valor no final da folha. Importante é cada vez mais buscar estabelecer os conteúdos nas plataformas para que cada vez mais alcancem mais pessoas e consiga reter mais seguidores e inscritos.
Lembre-se, criador e criadora, que parcerias com marcas rendem muito mais do que a monetização das plataformas. Só para termos uma ideia, a revista Forbes, indicou uma lista dos youtubers e tiktokers que mais recebem nas redes sociais. Vejamos a seguir:
YouTubers mais bem pagos do mundo:
Jimmy Donaldson, conhecido por seu nome de usuário MrBeast, que ganhou US$ 54 milhões com seus canais de filantropia, jogos e resenhas baseados em acrobacias:
Jake Paul, que ganhou $ 45 milhões compartilhando jogos, desafios, vídeos de estilo de vida, perguntas e respostas e música.
Tiktokers mais bem pagos são:
Charli D'Amelio, que ganhou US$ 17,5 milhões compartilhando vídeos de danças, dublagens e montagens:
Dixie D'Amelio, que arrecadou US$ 10 milhões criando danças, dublagens, duetos e outros conteúdos alegres:
Concluindo…
Não importa qual o tamanho do vídeo ou em qual plataforma ele está: o que importa mesmo é o conteúdo e para quem ele fala. Um vídeo de 1 minuto pode ter uma grande relevância quando o seu conteúdo é bom e cativante, e um vídeo longo pode ser excelente quando tem relevância e capacidade de fazer o usuário investir o tempo nele.
YouTube ou TikTok, lembre-se que nas suas estratégias de marketing, o que mais se busca é a atenção do usuário, ou seja, que ele invista tempo no conteúdo. Tempo é o nosso bem mais valioso e devemos proporcionar conteúdos de qualidade para que o tempo deste usuário seja de qualidade.
Assim, ele consumirá nosso conteúdo, seja ele curto ou longo. 😉
Sua marca pode aproveitar parcerias com criadores de conteúdo para gerar conteúdos relevantes! Aqui na inCast, temos um cast com mais de 8 mil criadores de conteúdo e ferramentas para acompanhar os resultados em tempo real.
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